Monday, June 23, 2008

Até à meta

A abrir a Corrida da Luz, na noite do solstício de Verão (a mais curta do ano), há fogo de artifício. É um luxo complementar aquele de correr pelas ruas vazias de carros, ao lado dos bailaricos e das sardinhas que ainda restam na zona do Campo das Cebolas, pelo meio das lojas da Baixa, espreitando o Marquês enquanto se inflecte para a descida final. Ao quilómetro 9, um rapaz da organização grita "força! está quase!" e eu ainda consigo responder-lhe a rir: "depois disto, só espero que os brindes sejam bons!". Alguém me reconhece quando estou a regressar do Cais do Sodré, ainda viro a cabeça mas não consigo discernir quem é. Passo a meta e num ápice o entusiasmo, o esforço, a dor e a resistência somem-se na recordação. Não há medalha, mas enquanto volto sozinha para casa acalento uma íntima sensação de vitória.

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