Wednesday, May 14, 2008

Reset

Os olhos piscam. O mundo esvai-se. O ser adoça-se, enquanto se some num vácuo desconhecido. As últimas memórias esvoaçam, confusas, rodopiando num derradeiro ciclone. Será que todas as tuas horas insones poderão ser agora a troca das noites em branco de outrém por ti, durante os anos em que viveste sem o adivinhar? Poderão as discussões que travaste ter contrapesado os sorrisos que te distribuíram? Terá havido, para cada ferro de desespero, uma faúlha de esperança a redimir-te da inutilidade? Não vais saber. A tua consciência apaga-se e perde-se dentro das tuas pupilas.

Acordas. Tens faróis à frente, virados para ti. Sentes medo. Estás em contramão. Fechas outra vez os olhos, agora com força.

Mas o destino esquece-se de ti. Vives. Está tudo bem.
A vida recomeça.

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