Thursday, April 03, 2008

Gostar da lembrança

Pela 3ª vez em Portugal, os Editors ("a banda que não dá maus concertos") ontem começaram a descer na curva. Embora sendo um bocado como sexo e pizza (mesmo quando são menos bons, continuam a ser muito bons), para quem os viu e quem os vê, depois de um Super Rock estreante e de um Restelo consagrante, a sensação é de que o grande prodígio de ontem à noite foi a combinação da memória pessoal com um excelente público. O vocalista, usualmente um animal de palco, estava ontem muito apagado; a banda parecia desavinda e cada um tocava no seu canto; por fim, a ideia asinina da organização de colocar as colunas apenas nos extremos do palco e a 47 metros do solo fez com que para se ouvir alguma coisa tivesse que se estar bem lá atrás. Não que isso resultasse mal: à frente estavam teenagers histéricos (cujas vozes esganiçadas apagavam completamente o débil fio de voz que ali se conseguia apanhar, e que falavam e atendiam telefones como se estivessem na esplanada); atrás, estavam os trintões que cantavam e pulavam ao ritmo certo da música, a voz magnífica do vocalista ouvia-se com dignidade, e melhor que tudo, não se ficava desiludido com a pouca entrega dele no palco porque quase não se via...
"Come on, now, you knew you were lost, but you carried on, anyway."

1 comment:

Rui said...

Embalados por lembranças ou pelo simples facto de os moçoilos de facto não conseguirem dar maus concertos, no final o balanço foi muito positivo. Houve ali uma flutuação inicial, mas o que é bom acaba sempre por valer a pena. O concerto soube muito bem. :-)